sábado, 21 de novembro de 2009

De Profundis


Uma violoncelista vive em casa no meio do oceano. Nesse local inusitado, ela aguarda o seu amado, um pintor que fará uma viagem ao fundo do mar.
O artista Miguelanxo Prado levou 4 anos para pintar milhares de telas à óleo para a realização da animação De Profundis. Esse longo período é mais do que justificado; no entanto, o que não dá para entender é a demora de 2 anos para que essa obra chegue ao circuito brasileiro.
A animação das telas é possível com distorções das imagens, por computação. O visual da arte é impactante e a escolha do fundo do mar como cenário foi uma decisão acertada nesse sentido. Assim pode ser ter acesso a um mundo cheio de chances para a criatividade imagética de Prado. Um exemplo disso é quando ele coloca borboletas no meio da água, misturando tudo com criaturas fantásticas.
Por não ter diálogos – não há legendas –, o som é formado apenas por ruídos e uma trilha musical. As belíssimas canções são perfeitas para acompanhar essa viagem mental, alinhando-se perfeitamente com o que acontece com os desenhos.
A história em si, parece ser apenas um pretexto para que o realizador extravase sua criatividade. A trama é apenas um fio condutor, ou um tema para uma verdadeira exposição de artes plásticas que o espectador verá da poltrona.

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