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Esta obra do jovem Francis Ford Coppola, que eu não conhecia nem de ouvir falar, é um dos primeiros longa-metragens dele como diretor. Antes, ele havia feito Agora Você é um Homem/You’re a big boy now (também com a mesma boa atriz, Shirley Knight, uma comédia sobre o início da influência da contracultura, uma espécie de versão nova-iorquina de A Primeira Noite de um Homem/The Graduate), e O Caminho do Arco-Íris/Finian’s Rainbow (em que resolveu se aventurar no musical, com o já velho Fred Astaire e a cantora inglesa Petula Clark). Neste aqui, de 1969, Coppola se antecipa em três décadas aos road-movies feministas, Thelma & Louise e os demais.
Na primeira cena do filme, Shirley Knight está acordada na cama, de madrugada, em Long Island, enquanto o marido dorme. Está grávida, saberemos mais tarde. Não sabe se quer ter o filho, mas sabe que não quer ser dona de casa. Levanta-se cedinho, passa na casa dos pais para avisar que está indo embora, e bota o pé na estrada, sem rumo, sem direção, sem saber o que quer.
Interessante. Outro dia, numa entrevista (este texto é de 1996), o Coppola disse que está fazendo filmes que espera que tenham sucesso, para depois fazer um filme pessoal, written by Francis Coppola, como os filmes de Woody Allen e Martin Scorsese. Este aqui é written by um muito jovem Francis Ford Coppola. Tem os defeitos da juventude, mas tem também as vantagens dela – ousadia, fuga dos esquemas – e já a marca de gênio.Leonard Maltin notou que “o tema estava anos à frente de seu tempo”. E Pauline Kael escreveu que o filme de fato é pouco conhecido.
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