terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tudo Pode Dar Certo


Boris Yellnikoff (Larry David) é um velho rabugento que tem o hábito de insultar seus alunos de xadrez. Ex-professor da Universidade de Columbia, ele considera ser o único capaz de compreender a insignificância das aspirações humanas e o caos do universo. Um dia, prestes a entrar em seu apartamento, Boris é abordado por Melodie St. Ann Celestine (Evan Rachel Wood), que lhe implora para entrar. Ele atende ao pedido, a contragosto. Percebendo sua fragilidade, Boris permite que ela fique no apartamento por alguns dias. Ela se instala e, com o passar do tempo, não aparenta ter planos de deixar o local. Até que um dia lhe diz que está interessada nele.

Harry Brown


Michael Caine encarna o Charles Bronson em trailer de novo filme de vingança
Ator de 76 anos faz justiça contra os assassinos de um amigo
23/09/2009Marcelo Hessel
O sucesso de Busca Implacável deu um novo gás ao subgênero dos filmes de vingança de meia-idade. O Charles Bronson da vez é Michael Caine, que mostra já no trailer de Harry Brown que um senhor de 76 anos ainda pode fazer justiça com as próprias mãos:
Emily Mortimer e Liam Cunningham, entre outros, também estão no elenco. A direção é do estreante em longas-metragens Daniel Barber. O filme foi exibido recentemente no Festival de Toronto e estreia em 13 de novembro no Reino Unido.

Is Anybody There?


Ambientado nos anos de 1980 numa cidadezinha da costa britânica, o filme conta a história de um incomum garoto de 10 anos de idade chamado Edward, que cresceu num asilo gerenciado por seus pais. Enquanto a mãe se esforça para manter os negócios da família e o pai depara-se com a crise da meia-idade, Edward se mantém ocupado gravando depoimentos dos idosos querendo descobrir os mistérios sobre a morte. Obcecado por fantasmas, Edward questiona sua própria existência até o dia em que conhece o recém-chegado Clarence (Michael Caine), um mágico aposentado com tendências liberais e anárquicas. Edward e Clarence darão início a uma bela amizade, que servirá para o jovem garoto aprender a viver seu momento e Clarence descobrir que seu passado está cada vez mais distante e chegando ao fim.

The Boys Are Back


Trailer original do filme “The Boys Are Back“, de Scott Hicks, com Clive Owen, Laura Fraser, Emma Booth, Tommy Bastow, George MacKay, Erik Thompson e Emma Lung. A estreia nos Estados Unidos será no dia 25 de setembro.
A história do viúvo Joe Warr (Clive Owen), que tem de criar seus dois filhos sozinhos.

44 Inch Chest


Direção: Malcolm Venville Roteiro: Louis Mellis,David Scinto Elenco: John Hurt, Stephen Dillane, Ray Winstone, Ian McShane, Joanne Whalley, Tim Roth Sinopse: Ao descobrir a traição da esposa, homem decide seqüestrar o amante italiano da mulher.
O site First Showing revelou o primeiro trailer de 44 Inch Chest, comédia dramática que conta com Ray Winstone, Ian McShane, John Hurt, Tom Wilkinson e Joanne Whalley no elenco.
Na história, um marido ciumento e seus amigos tramam o sequestro do amante de sua mulher com a intenção de restaurar o seu ego ferido.
Escrito por Louis Mellis e David Scinto, de Sexy Beast, e direção do estreante Malcolm Venville, o longa ainda não tem previsão de estreia para o Brasil.

Bronson


Sensação em festivais, longa de Nicolas Winding Refn está saindo nos EUA
26/08/2009Marcelo Hessel
Enquanto o diretor britânico Nicolas Winding Refn exibe seu novo filme, Valhalla Rising, mês que vem no Festival de Veneza, o seu trabalho anterior está prestes a estrear nos EUA. O trailer mais recente de Bronson acaba de sair. Antes de mais nada, assista à bela prévia abaixo, com toques sinfônicos que remetem a Laranja Mecânica.
O filme conta a história real de Michael Peterson (Tom Hardy), delinquente de 19 anos condenado a sete anos de prisão em 1974 por roubar um correio. Peterson acaba passando três décadas em solitária por seu comportamento violento, onde adota um alter-ego psicótico, Charles Bronson.
Bronson estreou em março na Inglaterra e agora chega aos cinemas dos EUA em 9 de outubro. No Brasil não há previsão.

Sex & Drugs & Rock & Roll


filmagens de "Sex & Drugs & Rock & Roll" têm tudo para começar. Sete nomes britânicos aderiram ao elenco que será dirigido por Matt Whitecross (Caminho para Guantanamo): Naomie Harris (Os Reis da Rua), Ray Winstone (Os Infiltrados), Olivia Williams (X-Men – O Confronto Final), Toby Jones (Frost/NIxon), Mackenzie Crook (Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra), Noel Clarke (Vingança Final) e Bill Milner (Is Anybody There?). O roteiro é do ator Paul Viragh (De Bico Calado) e a produção de Damian Jones que fez Caiu do Céu com Danny Boyle (Quem Quer Ser Um Milionário?). "Sex & Drugs & Rock & Roll" será baseado na vida de Ian Dury, um dos precursores do movimento punk e responsável pelo termo "sexo, drogas e rock’n roll", sinônimo de rebeldia no mundo. Dury, que teve poliomielite aos 7 anos de idade, ao lado de sua banda "Ian Dury and the Blockheads" abriu shows para grupos famosos como o The Who. Autor de vários hits de sucessos, como "Hit Me With Your Rhythm Stick", lançou o segundo álbum intitulado com outra máxima do movimento punk: "Do It Yourself". Dury também atuou no cinema, no cultuado "O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante" de Peter Greenaway, em O Corvo – A Cidade dos Anjos e O Juiz. Nomeado embaixador da Unicef nos anos 90 na luta contra a AIDS, morreu em março de 2000, vítima de câncer.

Control


Drama narra os últimos dias do vocalista do Joy Division
Mario "Fanaticc" Abbade/Omelete
Control (Control, 2007) conta os últimos anos da vida do vocalista da lendária banda Joy Division. O grupo surgiu da cena pós-punk formada no ano de 1977, em Manchester, Inglaterra, e acabou em 18 de Maio de 1980, com o suicídio de Curtis. Tinha como integrantes Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris. Após o término, os três integrantes remanescentes formaram o New Order.
O Joy Division é considerado uma especie de divisor de águas no rock britânico. Influenciou e ainda influencia centenas de bandas pelo planeta. Foi um dos pioneiros da estética gótica por causa da forma depressiva e angustiante que Curtis cantava. Sua voz trêmula de barítono foi amplamente imitada. Percebe-se escutando o último disco do grupo um homem no limite de sua sanidade.
O filme mostra que Curtis (Sam Riley) teve uma trajetória curta e intensa. Ficou famoso por seu talento de letrista e por suas performances épicas à frente da banda. Sofrendo com os ataques de epilepsia, sem saber como lidar com o seu talento e dividido entre o amor por sua mulher Debbie (Samantha Morton) e sua filha, e um caso extraconjugal com a jornalista belga Annik Honoré (Alexandra Maria Lara), se enforcou. O roteiro é baseado no livro Touching From the Distance de Deborah Curtis, viúva do cantor.
O diretor Anton Corbjin põe em prática no filme todo o conhecimento adquirido em décadas como fotógrafo de rock e videoclipes. Ele estréia na direção de um longa-metragem com muita propriedade. Sua abordagem monocromática, aliada à fotografia edificante de Martin Ruhe, é extremamente realista. O tom preto e branco acinzentado é o cenário perfeito para apresentar um homem em conflito constante com seus sentimentos e doença. Corbijn captura o sonho, o breve apogeu e o declínio com uma bela e triste sinceridade. Duas seqüências em especial fazem uma alusão a condição de Curtis: uma breve sessão de hipnose e uma tomada de um poste com um emaranhado de fios. Ambas as cenas procuram apontar caminhos sobre a tragédia do cantor.
Curtis, debilitado, medicado e alcoolizado, perdia energia conforme conquistava fama - e vivia em constante depressão por causa dos sentimentos conflitantes em relação a sua esposa e a sua amante. Dias antes de se suicidar precisou lidar com um pedido de divórcio, angústia por se achar um péssimo pai, constantes ataques de epilepsia e uma turnê com a banda para os Estados Unidos. Indeciso, aflito e amargurado escolheu a saída mais fácil para lidar com seus problemas.
A performance de Sam Riley, como Curtis, impressiona. O ator repete todos os trejeitos e maneirismos do cantor. O olhar caído e semicerrado com os movimentos selvagens que Curtis protagonizava nos shows são recriados com perfeição. Samantha Morton, como a esposa Debbie, também interpreta com muita emoção os conflitos sentimentais. Destaque também para Toby Kebbell no papel de Rob Gretton, o empresário da banda. Ele rouba diversas cenas.
O único pecado do diretor Anton Corbjin foi ter usado somente o livro escrito por Deborah Curtis na construção da história. O roteiro de Matt Greenhalgh preferiu sustentar a trama no relacionamento de Curtis com sua esposa e a amante em detrimento da rica poesia escrita por Curtis. Em certos momentos o filme descamba para o melodrama. A narrativa convencional não corrobora as escolhas artísticas da linguagem cinematográfica utilizada.
Mas esses pequenos defeitos não diminuem a força das belas seqüências realizadas pelo diretor. A música do Joy Division (muitas canções foram interpretadas pelos atores) envolve uma proposta com poucos diálogos em que os gestos, interações e reações são usados para se comunicar com o espectador. Corbjin realiza um trabalho sombrio e multifacetado sobre um poeta perdido em seus sentimentos mais obscuros. Para compreendê-lo basta prestar atenção nas letras de suas canções.

Nowhere Boy


Aaron Johnson interpreta o beatle em Nowhere Boy
28/10/2009Marcelo Hessel
Além de estrelar Kick-Ass, o ator Aaron Johnson (O Senhor dos Ladrões, O Ilusionista), de 18 anos, é o escolhido para viver John Lennon na cinebiografia Nowhere Boy.
O roteiro de Matt Greenhalgh (que escreveu outra cinebiografia musical, Control) mostra a infância de Lennon e sua jornada ao estrelato, detalhando a adolescência solitária, a amizade com Paul McCartney e o refúgio dos problemas na música.
A mãe do músico, Julia, será interpretada por Anne-Marie Duff e a tia Mimi por Kristin Scott Thomas. Mary Smith, a tia Mimi, criou Lennon por discordar do modo como sua irmã Julia cuidava do menino. Julia morreu quando Lennon estava com 17 anos. Mimi morreu em 1991, 11 anos após o assassinato do cantor e compositor.
A direção é da artista plástica britânica Sam Taylor-Wood, em seu primeiro longa-metragem. O filme estreia no Reino Unido no Natal. No Brasil não há previsão.

Katyn


Se é certo que todos os países sofreram com a Segunda Guerra Mundial, também é que a Polônia guarda uma grande carga de prejuízo. Em agosto de 1939, foi invadida pelos nazistas. No mês seguinte, pelos soviéticos, que não declararam formalmente guerra à Polônia. Cerca de 500 mil pessoas foram deportadas para a Sibéria durante a guerra. Após 1945, o país foi dominado pela União Soviética, situação que permaneceu até a queda do muro de Berlim, em 1989. Katyn , de Andrzej Wajda, pousa sua atenção sobre uma falsa verdade histórica, cuja aberração já é prenunciada no início do filme. O longa começa com o Pacto Molotov-Ribbentrop, entre alemães e russos, que na guerra viriam a se tornar adversários. O jovem oficial Andrzej (Artur Zmijewski), apesar dos pedidos de sua esposa Anna (Maja Ostaszewska), permanece, no caos da situação, ao lado dos companheiros de exército, classificados como prisioneiros de guerra. Os oficiais são mantidos presos e com o tempo são levados para a floresta de Katyn, onde foram executados cerca de 20 mil oficiais polacos. Como a Polônia foi anexada aos soviéticos no pós-guerra e os alemães saíram derrotados, a culpa do massacre recaiu sobre os nazistas, apesar de Stalin ter sido, de fato, o mentor dos assassinatos. O longa de Wadja parte da história do oficial Andrzej, que anotou o cotidiano da prisão em um diário, para falar sobre os resistentes à mentira histórica de que os alemães, e não os soviéticos, foram responsáveis pelo massacre. Sem tons aventureiros, Katyn , indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2008, mostra duas possibilidades de resistir. Seja por meio da ação direta, que pode ter como conseqüência a morte (caso de dois jovens), ou por meio da preservação dos arquivos dos mortos, realizada por pesquisadores, Wadja se posiciona em relação ao fato e presta uma homenagem a quem não aceitou a mentira. A posição de Wadja, inclusive, pode gerar polêmica, pois é possível defender que seria melhor manter-se vivo, mesmo que admitindo algo sabidamente infundado. Debate aberto. A abordagem apaixonada de Andrzej Wadja justifica-se pela sua própria biografia. Seu pai, Jakub Wadja, foi um dos oficiais executados em Katyn e sua mãe, Aniela, foi uma das mulheres que esperaram pelos maridos – exatamente o ponto de vista narrativo do filme. Com capacidade de se comunicar a quem se interessa pela construção da História, Katyn toma dimensões maiores ainda quando dialoga com quem foi vítima dos acontecimentos. Deve ser um efeito parecido para um judeu assistindo a The Last Days , de James Moll, ou a um descendente indígena frente ao western Quando é Preciso Ser Homem , de Ralph Nelson.

Marcas Da Vida


Prêmio do júri em Cannes fala de segredos em tempos de Big Brother
Marcelo Hessel/Omelete
Em gramática cinematográfica, exposição é o termo usado para exprimir a maneira como a trama de um filme se desnuda ao espectador. A exposição em Janela Indiscreta não é verbal, mas visual: bastam dois porta-retratos para sabermos que James Stewart namora Grace Kelly e se arrebentou numa corrida de carros. Marcas da Vida (Red Road, 2006) é um representante da era Big Brother - trata de vigilância constante e invasão de privacidade. A exposição do filme, porém, contraditoriamente, é mínima.
A diretora inglesa Andrea Arnold - em seu primeiro longa-metragem, que já levou o prêmio do júri no Festival de Cannes de 2006 - economiza nas palavras. Com um recorte de jornal, ficamos sabendo que Clyde (Tony Curran) saiu da prisão antes do tempo. Com os olhares atravessados que Jackie (Kate Dickie) troca com o seu sogro, aprendemos que algo não deu certo em seu casamento. O que vem depois, até o fim da metragem, é um monte de dúvidas. O que faz com que Jackie, funcionária do centro de vigilância de Glasgow, o famoso CCTV do Reino Unido, espie e persiga Clyde pelas ruas o tempo inteiro?
O exemplo hitchcockiano não é só ilustração. Tanto o clássico quanto Marcas da Vida tratam de intimidade - e identidade - em um mundo dominado pela teleobjetiva. O caso é que não se desvenda uma pessoa à distância, mesmo com todos os olhares e todos os ângulos sobre ela. Esse é o paradoxo da modernidade, do acesso total à informação que, pelo excesso, representa acesso nenhum, que Andrea Arnold discute.
O espectador assume, pelas câmeras que Jackie controla no CCTV, o papel de voyeur. Ficamos sabendo que Clyde agora tem um serviço braçal, que ele transa com garotas no terreno baldio, que ele bebe com amigos, que ele mora em um edifício de apartamentos populares chamado Red Road. Não sabemos nada, porém, do que motiva Jackie a observá-lo. Uma diferença em relação a Janela Indiscreta está aí. Dividíamos com James Stewart apenas a curiosidade pelo outro e a busca do flagrante. Não há flagrantes em Marcas da Vida - o que tinha que acontecer já aconteceu.
E o que aconteceu Jackie não nos diz. A curiosidade dela pelo cara nasce de rancor, de atração, de medo, de ira? Marcas da Vida é um suspense primoroso justamente porque conserva, como poucos, esses mistérios. E a resolução do problema, tanto para Jackie quanto para nós, não se dá somente na imagem. (É nos suspenses que a imagem nos engana mais do que nunca.) A solução virá por meio de uma coisa rara nesses tempos de Second Life, de insulfilm, de CCTV, virá pelo contato.

Fish Tank


Andrea Arnold volta aos cubículos habitacionais ingleses para contar típica história de formação
Marcelo Hessel/Omelete
Se fosse ensaiado não sairia igual. Fish Tank trata da paixão de uma adolescente de 16 anos por seu candidato a padrasto, e a música preferida do personagem é "California Dreamin'", na voz de Bobby Womack. Fica difícil não pensar na sinistra coincidência, agora que veio a público a intimidade incestuosa de John Phillips, líder da banda que compôs a canção, The Mamas & The Papas.
É o que há de mais marcante num filme que, de resto, não está à altura do que se esperava do segundo longa-metragem da diretora inglesa Andrea Arnold, depois de um primeiro filme incisivo,
Marcas da Vida, Prêmio do Júri no Festival de Cannes.
Rodado em Essex, na Inglaterra, Fish Tank volta aos conjuntos habitacionais impessoais que já serviam de cenário em Marcas da Vida. O tal fã de Womack é Connor (Michael Fassbender), namorado novo da mãe de Mia (Katie Jarvis). No país de Simon Cowell, todo adolescente se acha um pouco estrela, e Mia treina muito para que sua dança a leve para outro lugar. Quando Connor se mostra entusiasta dos sonhos de Mia, a coisa já começa a complicar.
Os aquários do título estão, figurativamente, por todos os lados: no cubículo com paredes azuis que Mia invade para dançar break, na ação que a câmera captura pelo buraco retangular da parede, nos videoclipes abastados de hip hop que passam o tempo todo na TV. A vida é um claustro quadrado em Fish Tank.
E essa visão pessimista de mundo - não dá pra dizer reducionista, porque a própria proposta do filme é trabalhar com a redução como sufoco - não dá descanso. Em sua história de formação ( como em tantas outras típicas passagens da adolescência à vida adulta, como o recente
À Deriva), Mia descobre o sexo, se desilude com o mundo dos adultos, cai na realidade de que nem todo garoto de sua idade é do mal, e, finalmente, encara o risco da morte de perto.
É a previsibilidade, portanto, que danifica mais as aspirações de Fish Tank, ainda que o estilo da diretora se faça sentir, como nas cenas noturnas, com baixa luz, e no rigor com que ela se afiança no conceito dos cubículos. Aliás, o conceito perdura até o fim, porque a paisagem de sonho californiano onde mãe e filha dançam juntas no final do filme continua sendo só um sonho.

A Origem


Confira o novo cartaz de A Origem
Desta vez o pôster não é um genérico de O Cavaleiro das Trevas...
22/12/2009Marcelo Hessel
A Origem (Inception), o novo longa-metragem de Christopher Nolan, o diretor de Batman - O Cavaleiro das Trevas, acaba de ganhar o seu segundo pôster. Desta vez não é um genérico das artes do Batman.
Veja, ampliado, na galeria.
Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Ellen Page, Cillian Murphy, Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe e Michael Caine estão no elenco. O projeto, cuja trama é mantido em segredo, é descrito como um filme de ação e ficção científica que acontece no interior da arquitetura da mente.
A estreia é prevista para 16 de julho de 2010.
Harry Potterices e Crepusculices a parte, com o trailer abaixo surge o filme mais aguardado de 2010! Não tem como ver as imagens de A Origem e ouvir a narração de Leonardo DiCaprio e não ser remetido há 10 anos, quando Matrix foi lançado.

Deixa Ela Entrar


Filme de vampiro do momento é metáfora para a adolescência (não, não estamos falando de Crepúsculo)
Marcelo Hessel/Omelete
A associação do vampirismo com uma idéia de heroísmo e maldição não é nova no cinema, mas o filme sueco Deixa Ela Entrar (Låt den Rätte Komma In, 2008) consegue renovar o gênero - e conquistar fãs em festivais mundo afora - por fazer dessa maldição uma metáfora das dificuldades da adolescência.
Primeiro conhecemos Oskar (Kåre Hedebrant), garoto de 12 anos, cansado de ser saco de pancada na escola, que treina seu revide sozinho no quarto, com uma faca. Quem parece um vampiro aqui é ele: loiro, retraído, branco quase albino, com sangue nos olhos e, descobriremos depois, até uma tendência para o masoquismo. Mas Oskar é só um garoto normal.
Até o dia em que ele conhece Eli (Lina Leandersson), garota que acabou de se mudar para o prédio de Oskar e que chama atenção pela janela do quarto, tapada com papelão. Como Oskar, Eli não é muito de socializar. E ela também tem 12 anos, só que há muito mais tempo. Acabam ficando amigos, no jardim coberto de neve diante do prédio, à noite.
A relação clássica do gênero pressupõe um vampiro secular, ciente do fardo que carrega, e um humano, que, na sua breve e ignorante existência, inveja o poder do outro. É evidente que, ao descobrir que Eli é uma vampira, Oskar não se afastará - pelo contrário. Os acontecimentos seguintes são aqueles que, nesta história de formação, definirão quem Oskar realmente é.
Há toda uma tradição envolvendo o gênero, e o diretor Tomas Alfredson se livra um pouco dessa carga com uma dose de ironia. O pai de Eli só toma leite, o gordo que testemunha os crimes é criador de gatos, o blusão que Oskar veste na casa do pai parece uma capa vermelha de Drácula... Ao adicionar em seu filme realista uma dose de caricatura, Alfredson se permite não levar-se a sério demais.
E cria-se então espaço para fazer um pequeno grande filme. Alfredson tem grande apuro estético no uso do scope - a proporção 2,35:1 de tela é ideal para as paisagens suecas - e à atmosfera gelada adiciona-se um senso de economia na hora de mostrar a vampira em ação. É suspense, enfim, que o diretor procura, e espalhar aos poucos as imagens de terror (como o rosto desfigurado ou a combustão) amplia e valoriza esse suspense.
Deixa Ela Entrar tem seus didatismos - como contaminar a mulher mais velha para mostrar como Eli é heróica na sua luta interior - mas no final prevalecem a bela construção da relação dos dois garotos e as analogias com a adolescência normal (como o complexo de Electra de Eli levado às últimas consequências). Se você é fã de
Crespúsculo, em particular, ou de filmes de vampiros, de modo geral, não deixe de assistir.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Férias Frustradas De Verão



Elenco: Jesse Eisenberg, Kristen Stewart, Ryan Reynolds, Kelsey Ford, Michael Zegen, Ryan McFarland, Jack Gilpin, Wendie Malick, Matt Bush, Todd Cioppa, Stephen Mast, Kristen Wiig, Bill Hader.
Direção: Greg Mottola
Gênero: Comédia
Duração: 107 min.
Distribuidora: Disney Buena Vista
Estreia: Direto em DVD - Agosto 2009
Sinopse: James Brennan acaba de se formar na faculdade e está se preparando para tomar cerveja alemã, visitar famosos museus ou flertar com charmosas francesinhas nas suas tão sonhadas férias pela Europa. Mas, seus pais lhe reservam uma desagradável surpresa e, ao invés de arrumar as malas, ele terá que arrumar um emprego, e rápido!E assim, entre tantas tentativas em descolar um trabalho, ele se prepara para passar as férias de verão dando duro num parque de divresão, ao lado de crianças barulhentas e pais não menos briguentos. Mas, como a vida traz muitas surpresas, sua bela colega de trabalho começa a lhe dar bola e ele percebe que nem tudo está perdido.
Curiosidades: » Dos mesmos diretores de 'Superbad - É Hoje!'.

Rashomon


Japão, século XII - Três homens - um sacerdote, um lenhador e um servo - se abrigam da chuva torrencial sob o pórtico de um templo em ruínas. Enquanto se acham refugiados, o sacerdote e o lenhador discutem o julgamento de um notório bandido por estupro e assassinato. Segundo eles, os envolvidos no caso, o samurai assassinado, sua mulher estuprada e o criminoso apresentam versões completamente incompatíveis do ocorrido.
Através de flashbacks são evocados os quatro depoimentos, o do bandido, o da mulher, o do marido morto (por meio de um médium) e o do lenhador que presenciara o fato, prestados diante de um tribunal que jamais é visto. As quatro versões são diferentes umas das outras, e a verdade não vem à tona.
Ao findar o relato, o sacerdote sente sua fé abalada por acontecimentos tão cruéis e pela acumulação de tantas mentiras, e vê com aflição um gesto do servo que se apodera dos agasalhos de uma criança abandonada. Somente o remorso do lenhador - por ter cometido um furto no momento do crime - e sua decisão de adotar a criança, salvam o sacerdote do desespero total, e fazem com que se reconcilie com a humanidade.

"Rashomon" é um dos grandes marcos do cinema japonês. Realizado por Akira Kurosawa, que também participou da elaboração do roteiro, o filme é um brilhante exercício de filosofia no que concerne à natureza da verdade, como também um intenso estudo do caráter humano. É um filme incrível, onde ninguém é o que parece ser.
O roteiro é fantástico ao mostrar um mesmo evento sob diferentes perspectivas. Kurosawa nos oferece uma magistral direção, à qual se somam uma excelente fotografia em preto-e-branco e um elenco de atores que nos brindam com ótimas interpretações, com destaque para Toshirô Mifune, cuja atuação permanece inesquecível.

http://www.65anosdecinema.pro.br/Rashomon.htm

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Winter in Wartime


Indicado a indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro 2010.

Red Cliff



Elenco: Chow Yun-Fat, Tony Leung, Zhang Fengyi, Chang Chen, Chi-Ling Lin.
Direção: John Woo
Gênero: Aventura
Duração: 148 min.
Distribuidora: Europa Filmes
Estreia: 23 de Abril de 2010
Sinopse: A história se baseia em eventos dos anos 220 a 280 d.C. e conta uma passagem do Romance dos Três Reinos, livro escrito por volta do ano 1350 por Luo Guanzhong. Nele, os três feudos existentes no território chinês entram em conflito. A batalha climática, que envolveu cerca de um milhão de combatentes, teve de um lado dois senhores, Sun Quan and Liu Bei, derrotando o superior exército invasor de Cao Cao. Pouco tempo depois, a dinastia Han terminou oficialmente e o país foi dividido entre os três reinos.
Curiosidades: » Tornou-se a maior bilheteria da história da China, batendo a marca de $300 milhões de yuan de arrecadação (o equivalente a cerca de US$ 43,7 milhões).
» O recordista anterior era 'A maldição da flor dourada', de Zhang Yimou, com US$ 37,5 milhões.
» 'A Batalha dos Três Reinos' é a primeira parte de uma saga de mais de quatro horas. O longa ainda possui uma segunda parte.

Sunshine Cleaning


Para poder trabalhar com sua Irmã, uma mulher matricula o filho de oito anos em uma escola particular. Mas o negócio em que ambas irão trabalhar é duvidoso: uma empresa especializada em remoção de perigos biológicos e limpezas de cenas de crime.

The Damned United

Direção: Tom HooperRoteiro: Peter Morgan adaptação do livro de David Peace.Elenco: Michael Sheen, Colm Meaney, Jim Broadbent, John Savage, Timothy Spall.Gênero: Drama.
Sinopse: Ambientado na Inglaterra de anos 1960 e 1970, o filme mostra a trajetória do lendário técnico de futebol Brian Clough, que manteve-se apenas 44 dias à frente da equipe britânica campeã naquele momento, o Leeds United.
Sem notícias a respeito de um possível lançamento no Brasil, tive que recorrer a meios ‘escusos‘ para poder conferir o tão bem falado “The Damned United“. Bons filmes sobre futebol são raros, e aqui temos um exemplo de uma ótima pedida tanto para os amantes do esporte quanto para os que gostam de assistir a um bom drama.

O filme conta a história do técnico de futebol Brian Clough (Michael Sheen, Lua Nova, Anjos da Noite – A Rebelião) que mesmo conseguindo a incrível façanha de permancer apenas 44 dias à frente do Leeds United (melhor time britânico da época), devido a seus incríveis feitos com outros times de menor porte, é tido até hoje como o melhor técnico que a seleção inglesa já teve.
A atuação de Michael Sheen como o temparamental e arrogante Brian Clough é excelente. Não menos comovente é a atuação de Timothy Spall (o Peter Pettigrew de
Harry Potter) que faz o auxiliar técnico Peter Taylor. O restante do elenco conta ainda com alguns nomes conhecidos e também boas atuações.
Para os desavisados parece até fantasia a forma como ele conseguiu pegar times inexpressivos na época (alguns na verdade depois de sua saída continuam inexpressivos até hoje) e transformar em grandes campeões, subindo de divisão, ganhando a liga da primeirona e tudo mais, só que incrivelmente não é. Trata-se de um filme muito bom, que vale tanto pela bonita amizade entre os protagonistas quanto pela história em si. Para quem gosta de futebol estão vale muito à pena.

Adam


Adam (Hugh Dancy) é um jovem meigo e simpático, más com dificuldade de se relacionar com as pessoas. Ele vive num mundo solitário até que conhece sua mais nova visinha a Beth (Rose Byrne), uma linda moça simpática e muito atenciosa. Ela tenta mostrar o mundo real para Adam, o relacionamento dos dois ilustra o que muitos dizem, que os opostos se atraem.

The Young Victoria


Drama mostra os primeiros anos de reinado da rainha Victoria, do Reino Unido, e seu eterno romance com o príncipe Albert.

Nine


O cineasta Guido Contini luta para ter harmonia em sua vida pessoal e profissional, às voltas com sua esposa, sua amante e sua mãe. Baseado no musical Nine, por sua vez inspirado no filme 8½, de Federico Fellini.

O Apedrejamento de Soraya M.


Sinopse
Abandonado em uma remota aldeia iraniana, um jornalista francês é abordado por Zahra, uma mulher que tem uma história horrível para narrar sobre sua sobrinha, Soraya, e as circunstâncias da sua morte sangrenta no dia anterior. Enquanto o jornalista liga o gravador, Zahra nos leva de volta ao começo da história que envolve o marido de Soraya, um falso mulá (líder da mesquita muçulmana), e uma cidade envolta em mentiras, repressão e pânico. As mulheres, despojadas de todos os direitos e sem recursos, nobremente confrontam os desejos devastadores dos homens corruptos, que usam e abusam da autoridade para condenar Soraya, uma esposa inocente mas inconveniente, a uma morte injusta e cruel. Um drama sobre o poder do crime, um mundo fora da lei e a falta de direitos humanos para as mulheres. A última esperança de alguma justiça está nas mãos do jornalista, que deve escapar com a história – e sua vida – para que o mundo tome conhecimento. Baseado no livro homônimo do autor franco-iraniano Freidoune Sahebjam.

The Vicious Kind


Comédia dramática sobre um homem que se torna obcecado com a namorada de seu irmão que aparece no dia de Ação de Graças.

Single Man


Colin Firth foi premiado no último sábado (12) , no festival de Veneza por sua atuação em ” Single Man”, filme que marca a estréia de Tom Ford -estilista da Gucci, Yves Saint Laurent e da marca que leva seu nome - na direção.
O Filme, baseado no romance homônimo de Christopher Isherwood, trata do luto de um professor (Colin) após a perda de seu companheiro de 16 anos. Ao elaborar o luto e a perda do parceiro, o personagem lida com amor e solidão.

Crazy Heart


Bad Blake (Jeff Bridges) é um cantor de música country acabado por uma vida dura, que teve casamentos demais, muitos anos na estrada e drinks demais. Ainda assim, Bad não pode evitar procurar sua salvação com a ajuda de Jean (Maggie Gyllenhaal), uma jornalista que descobre o homem por trás do músico.

The Last Station


Nos turbulentos últimos anos de sua vida, Leo Tolstoi (Christopher Plummer) se vê dividido entre sua doutrina da pobreza e da castidade e a realidade de sua enorme riqueza, seus 13 filhos e uma vida de hedonismo. Ele decide sair de casa em uma viagem, mas seu estado de saúde precário o impede de seguir adiante, fazendo-o acreditar que está morrendo sozinho.

Sin Nombre


Uma adolescente hondurenha vai morar com o pai, o que ela considera uma oportunidade para realizar seu sonho de ter uma vida nos EUA. No entanto, inicialmente, ela precisa dirigir-se ao México, e então começa uma jornada repleta de eventos inesperados, porém inevitáveis.

Sugar


O filme conta a história de Miguel "Sugar", um jogador de beisebol dominicano que sonha em competir profissionalmente. Por seu talento, ele consegue uma vaga em uma pequena liga em Iowa. Mas seu sonho logo acaba quando chega outro dominicano, melhor que ele, e logo toma seu lugar no time.

Moon


Astronauta tem experiência transcedental ao fim de um período de três anos de pesquisas na Lua, quando descobriu maneiras de resolver o problema de energia da Terra.

Me and Orson Welles


Na Nova York de 1937, um jovem adolescente não quer saber da escola porque sonha em ser ator da Broadway. E ele vai enfrente, chegando a se candidatar numa montagem que está sendo feita no tradicional Mercury Theatre. Ali será encenada a primeira produção baseada em William Shakespeare, "Júlio Cesar". O diretor é ninguém menos do que Orson Welles.

Julia


Apesar da aparência exuberante, Julia é manipuladora e mentirosa. A única pessoa que lhe dedica algum carinho é seu amigo Mitch. Mas ela prefere o consolo da bebida e se apóia na idéia de que a vida lhe foi injusta. Entre doses de vodka e casos de uma noite, Julia consegue alguns trabalhos mal pagos para sobreviver. Num breve momento de lucidez, ela percebe o quanto está perdida e arruinada financeiramente e, tomada de pânico e desespero, busca no crime uma solução. Mas seus planos dão errado e ela é obrigada a bater em retirada. Em Competição no Festival de Berlim 2008.

In the Loop


O filme "Queime depois de ler" estreou no Festival de Sundance de 2008 e já tem cria. In the loop, de Armando Iannucci, é uma comédia que segue o mesmo estilo e ambientação do filme dos irmãos Coen, mas na versão inglesa. Quem é fã do humor britânico vai adorar esse hilariante filme que fala dos bastidores de uma votação das Nações Unidas. A questão chega a ONU depois do atrapalhado ministro de relações públicas comentar no rádio que "a guerra" é inevitável. O que era para ser uma declaração inocente acaba causando uma confusão internacional.No elenco está James Gandolfini (o machão Tony na série The Sopranos) como Miller, um General que mal entende de guerra e é constantemente passado para trás. Anna Chlumsky, que estrelou "Meu primeiro amor" em 1994, cresceu e apareceu. Ela é a autora de um documento com os prós e contras "da guerra", acontece que o inescrupuloso ministro das comunicações inglês retirou os contras na hora da votação. Inicialmente, a Inglaterra era contra a tal guerra, mas o tal Ministro, vivido por Peter Capaldi, também trabalha para o governo americano. Recheado de sarcasmo, esporros e inúmeras referências culturais, In the loop promete ser a transição de Gandolfini para a telona e a volta triufante de Chlumsky.

Humpday


Comédia dramática leva o conceito de bromance ao extremo
Marcelo Hessel/Omelete
O conceito de bromance - amigos que até abrem mão do sexo oposto em nome de sua amizade - é levado ao extremo na comédia dramática O Dia da Transa (Humpday), uma espécie masculina e bastante melhorada de
Beijando Jessica Stein.
Ben (Mark Duplass) e Andrew (Joshua Leonard) não se viam há anos, mais exatamente desde que o primeiro abortou a aventura que os dois fariam juntos mundo afora. Ben virou o típico mauricinho, com um emprego em transporte de cargas e uma esposa que está tentando engravidar. Andrew, que acabou pegando a estrada sozinho, nunca mais parou - e por isso virou o eterno solteiro sonhador que não concretiza nada na vida.
A trama parte do dia em que eles se reencontra, quando Andrew, chegando de viagem pelo México, bate na porta do casal atrás de um lugar para dormir. A comédia estilo três-é-demais logo ganha outros contornos - na noite seguinte, Andrew arrasta Ben para uma festa, e os dois, depois de muito rir e beber, combinam de fazer um pornô entre si.
O pretexto seria a oportunidade de inscrever um filme de fato transgressor - um pornô gay heterossexual - no festival de pornografia artística Humpfest, mas, evidentemente, entre Ben e Andrew, a situação não é tão simples. Um está querendo provar que não é careta como o amigo pensa. O outro, que consegue ir até o fim com um projeto. E eles vão mesmo transar para se afirmar - afinal, está em jogo ali não só a imagem que criaram socialmente, mas a imagem que fazem de si mesmos.
Essa questão da imagem é central (Ben se vestir e se portar como "mano" no dia seguinte à bebedeira é emblemático), e ela só vai se resolver - ou não - no tal dia da transa. Contrariando o espectador descrente, os dois levam sua promessa aos finalmentes, e a cena no quarto de hotel é o nervo do filme.
É aí que o pequeno grande trabalho da diretora Lynn Shelton (que interpreta a lésbica Monica no começo do filme) mostra a que veio. Sem grandes invenções estéticas, trabalhando basicamente com texto, escudada em dois atores bastante afinados, ela demonstra como é difícil desconstruir uma autoimagem. Pela forma como Ben e Andrew conversam, como modulam sua voz ou mudam seu vocabulário para falar a língua do outro ou soar profundos, como tentam se convencer (e convencer a si mesmos) da decisão que estão tomando...
O teatro social, constituído de espelhos, é encenado de forma bastante melancólica neste final de O Dia da Transa. O enrustido pode não ser quem se dizia, mas o outro, por exemplo. Não se espante se os personagens terminarem o filme sendo as mesmas pessoas que o começaram - o que muda, no fundo, é a maneira como nós os enxergamos de fora.

The Cove


O Festival Internacional de Cinema de Tóquio apresentou no dia 21 de outubro, pela primeira vez no Japão, o filme The Cove, um documentário aclamado pela crítica que mostra a sangrenta caça aos golfinhos na localidade japonesa de Taiji.É uma carta de amor, disse após a projeção o americano Louis Psihoyos, diretor do filme ganhador de 13 prêmios em festivais internacionais, entre os quais o da audiência da prestigiosa de cinema independente de Sundance (Estados Unidos).Sem autorização das autoridades locais de Taiji e escapando da Polícia, Psihoyos rodou o documentário junto a Richard O'Barry, conhecido por seu trabalho com os golfinhos da série televisiva Flipper e agora um crítico do adestramento desses animais.Com ajuda de câmeras submarinas, The Cove (O pedaço de fruta) mostra como os golfinhos são sacrificados com violência como se fosse um pedaço de fruta.O ex-fotógrafo da revista National Geographic apresentou o filme em uma sessão em Tóquio, com parte do público louvando sua coragem por trazer ao Japão um filme tão comprometido e outra falando que a caça aos golfinhos é uma tradição no país.Em Taiji, uma localidade litorânea de 3,5 mil habitantes, os pescadores alegam que a caça aos golfinhos é uma tradição centenária: ou sacrificam para vender a carne ou os vendem vivos a aquários.Quando uma tradição choca os direitos humanos, então dizer que é uma tradição que não se sustenta, respondeu o diretor de The Cove, argumentando que o consumo de carne de golfinho é altamente tóxico por seu elevado nível de mercúrio.A Sea Shepherd Conservation Society tem feito oposição a matança de golfinhos no Japão desde 1981 quando prosperamente o Capitão Paul Watson negociou por uma década a cessação da matança de golfinhos na ilha de Iki.Em 2003, voluntários da Campanha para a Proteção de Golfinhos em Taiji, a Sea Shepherd expôs ao mundo o massacre ao filmar e fotografar as mortes na baía de Taiji. O mundo, incluindo muitos cidadãos japoneses, viram pela primeira vez, a brutalidade horrenda desta morte de lindas criaturas.

Song of Sparrows


O troféu de Melhor Ator Festival de Berlim 2008 ficou com o iraniano Reza Naji por The Song of Sparrows, filme que mostra como o idílio rural de um homem é ameaçado pelas tentações materiais que a cidade grande põe em seu caminho.

The Messenger


O soldado americano Will (Ben Foster) é mandado para casa após ferir-se no Iraque. Ele tem ainda três meses de serviço, e é remanejado para a divisão de notificação de falecimento de militares no front a familiares. Para enfrentar este trabalho doloroso, ele conta com um parceiro mais velho e mais experiente, Tony (Woody Harrelson), com quem acaba desenvolvendo uma grande amizade. Contudo, um dia Will quebra o código de conduta e se apaixona por uma das viúvas que encontra em serviço, Olívia, e a paixão o coloca em um terrível dilema moral.

Um Homem Sério



Elenco: Michael Stuhlbarg, Sari Lennick, Richard Kind, Fred Melamed, Aaron Wolff, Jessica McManus, Adam Arkin, Simon Helberg, Adam Arkin, George Wyner.
Direção: Joel Coen e Ethan Coen
Gênero: Comédia
Duração: 105 min.
Distribuidora: Universal Pictures
Estreia: 19 de Fevereiro de 2010
Sinopse: Em 1967, Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) é um professor de Física da Universidade de Midwestern, que acaba de ser informado que sua esposa Judith (Sari Lennick) o está deixando. Ela apaixonou-se por um de seus colegas, Sy Ableman (Fred Melamed), que, aos seus olhos, é alguém muito mais interessante do que seu marido. A família de Larry também não é lá essas coisas: seu irmão Arthur (Richard Kind) mora em sua casa e dorme no sofá; seu filho Danny (Aaron Wolf) é um estudante problemático e rebelde; e sua filha Sarah (Jessica McManus) pega, frequentemente, dinheiro de sua carteira, para fazer uma plástica no nariz. Uma carta anônima também ameaça sua carreira na universidade. Larry, então, decide pedir conselhos a três diferentes rabinos que poderão ou não ajudá-lo, diante de tantos problemas.
Curiosidades: » Dos irmãos diretores Coen, ganhadores do Oscar por 'Onde of Fracos Não Têm Vez' (2007).

Onde Vivem Os Monstros


Um dos livros infantis de maior sucesso do mercado editorial, desde os anos 60, finalmente é transformado em filme. E pelas mãos de Spike Jonze, o festejado cineasta de “Quero Ser John Malokivch” e “Adaptação”. Trata-se de “Onde Vivem os Monstros”, do premiado escritor Maurice Sendak. A expectativa era grande, mas o resultado é discutível. Motivo: o filme tende a agradar mais aos pais que às crianças. Talvez justamente por causa disso a distribuidora tenha optado por exibi-lo no Brasil apenas em cópias legendadas, numa estratégia no mínimo estranha em se tratando de um filme baseado em livro infantil.
A primeira parte, onde os Monstros ainda não aparecem, é um primor de direção. Sem muitas palavras, com gestos e olhares dos mais expressivos, Jonze contextualiza o garoto Max (Max Records), um menino agitado, ativo, esperto e brincalhão, que se sente “traído” pela irmã, quando ela não o defende numa batalha de bolas de neve. Pode parecer banal, mas a “traição” é um enorme peso no universo infantil de Max. Sua sensação de impotência e solidão piora ainda mais quando ele vê sua mãe (a ótima Catherine Keener) flertando com um homem que provavelmente é candidato a substituto de seu pai. O garoto explode. Tem uma crise de raiva, morde a própria mãe e sai correndo pela rua, onde acaba se perdendo. Vale dizer que quase nada disso está no livro original.
Em sua ira incontida, ele cria para si um novo mundo, uma fuga da realidade que inclui um barco e uma ilha habitada por alguns simpáticos monstrões. E ali que a história propriamente dita tem início, pois os monstros, bagunceiros incontroláveis, precisam de um rei, de um comando. Max finge que é rei; os monstros fingem que acreditam. Neste mundo de fantasia, o garoto tomará contato com seus próprios medos, frustrações e impossibilidades.
Os pais (e as crianças que lerem legendas) mais acostumados à narrativa tradicional dos filmes infantis e/ou familiares provavelmente vão estranhar “Onde Vivem os Monstros”. Como tudo que Jonze dirige, trata-se de um filme fora do convencional, sem as tradicionais mensagens de superação ou redenção. A tal “moral da história”, se existir, é cifrada, sutil, subjetiva ao olhar de cada espectador, num filme repleto de nuances. Por outro lado, este não conformismo, esta não linearidade, poderão agradar aos fãs de um cinema de camadas.
Quem se dispuser a despojar o filme de seu rótulo de “infantil” poderá ter uma bela experiência.

Invictus

Celso Sabadin
Na vida real, esporte e política sempre caminharam lado a lado. É só lembrar, por exemplo, dos esforços de Hitler para tentar provar a tal “supremacia ariana”, durante as Olimpíadas pré-Segunda Guerra. Ou da exploração da imagem da seleção brasileira de futebol durante a ditadura Médici em 1970 (idem Argentina em 78), ou ainda do atentado contra atletas judeus nas Olimpíadas de Munique. Isso apenas para citar alguns exemplos. No cinema, porém, talvez nunca o tema tenha sido abordado com tanto talento e emotividade como em “Invictus’, o mais recente trabalho do veterano (e cada vez melhor) Clint Eastwood.
Não é um filme sobre rúgbi. Não é um filme sobre Nelson Mandela. “Invictus” é sobre a possibilidade da igualdade entre as raças e as condições sociais. Da união entre diferentes. Da tolerância. Enfim, de todas estas maravilhosas utopias que amamos acreditar.
A partir do livro "Playing the Enemy: Nelson Mandela and the Game that Made a Nation", escrito por John Carlin, o roteiro do sul-africano Anthony Peckhan (também co-roteirista de “Sherlock Holmes”) mostra Nelson Mandela assumindo a presidência da África do Sul, após décadas de cativeiro. O caos domina o país. Violência, desemprego, pobreza, desvalorização da moeda e – pior – um ódio racista que permeia bancos e negros recém-saídos do abominável regime do Apartheid que transformou a África do Sul em vergonha mundial.
Em meio ao ódio, Mandela (Morgan Freeman, perfeito para o papel) cria uma política do perdão. “O perdão remove o medo, por isso é uma arma tão poderosa”, ele prega. Sua proposta é “supreender o inimigo com tudo o que eles nos negaram”. Mas a maior surpresa dos primeiros dias do novo governo é que, atolado em todos os tipos de problemas, o Presidente prefere dar prioridade à seleção sul-africana de rúgbi, prestes a disputar a Copa do Mundo deste esporte tão estranho aos nossos olhos sul-americanos. A decisão parece absurda, mesmo porque ele sequer é fã do esporte. Mas Mandela tem um plano: ele visualiza naquele jogo o fator que pode integrar a nação desfaçelada, o elo que pode unir bancos e negros… ou a pátria de chuteiras, como disse Nelson Rodrigues.
Esta história real é dirigida por Clint Eastwood (que completará 80 anos em maio próximo) dentro de seu consagrado e tradicional estilo: narrativa clara, câmera clássica, muita sobriedade, estética limpa e convencional, sempre extraindo o máximo de seu elenco e da história que ele tem para contar. E como conta bem! Os personagens são construídos com veracidade e vigor bem diante dos nossos olhos, em poucos minutos. A empatia criada com a plateia é intensa. A trama flui, sem tempos mortos, mesclando tensões e humor em doses equilibradas.
Claro, sempre há as armadilhas sentimentais de praxe, como usar e abusar da câmera lenta nos momentos decisivos do jogo, ou compor canções românticas feitas sob medida para serem indicadas ao Oscar. Mas nada que tire os méritos deste grande diretor e deste grande filme: quando chegam as decisivas cenas finais, já estamos todos profundamente imersos na tela. Fomos pegos mais uma vez pelo talento de um excepcional contador de histórias cinematográficas.
Tem sido cada vez mais prazeroso esperar pelo “novo filme de Clint Eastwood”.