
A dupla de realizadores Tiago Guedes e Frederico Serra estreia quinta-feira o filme "Entre os dedos", um drama sobre a luta pela sobrevivência e a falta de diálogo numa família em colapso emocional.
Depois do filme de terror "Coisa Ruim" (2006), os dois realizadores mudaram radicalmente de registo e fizeram "Entre os dedos", filmado a preto e branco, e com o argumento novamente entregue ao jornalista e escritor Rodrigo Guedes de Carvalho.
"Entre os dedos" conta a história de uma família portuguesa, com Filipe Duarte e Isabel nos principais papéis, que vê os laços familiares e afectivos quebrarem-se por causa de uma agonia financeira.
Há ainda um pai (Luís Filipe Rocha), agarrado ao passado militar no Ultramar, e uma irmã (Lavínia Moreira), elo familiar e âncora de um doente terminal (Gonçalo Waddington).
"O que nós quisemos explorar no filme foi sempre a incomunicabilidade das pessoas e a maneira como, na luta diária pela sobrevivência, temos cada vez menos tempo de conseguimos parar para pensar e comunicar uns com os outros", afirmou o realizador Tiago Guedes em entrevista à agência Lusa.
O projecto de "Entre os dedos" nasceu pouco depois da estreia de "Coisa Ruim", com os dois realizadores a desafiarem Rodrigo Guedes de Carvalho a fazer um argumento cuja permissa principal seria o trabalho de actores.
"Queríamos fazer um filme de actores com cenas fortes e o nosso propósito era fazer uma experimentação grande do ponto de vista do processo", sublinhou o realizador.
"Entre os dedos" é um filme a preto e branco, tem cambiantes de um registo documental, mas com algum pudor emocional em relação aos actores.
"Nós fomos para a rodagem com o propósito de dar uma liberdade total aos actores, ou seja, não lhes foi pedida uma repetição, não lhes foi pedido para estarem da forma que nós quiséssemos. Fomos nós que nos adaptámos ao que os actores emocionalmente levavam para a cena", recordou Tiago Guedes.
Do elenco destacam-se ainda as interpretações de Fernanda Lapa, Paula Sá Nogueira, João Pedro Vaz e Eunice Muñoz.
O local onde a história se passa não é explícito, mas percebe-se que a realidade, descolorida e deprimente, "é nitidamente portuguesa e do Portugal de hoje".
O filme não nasceu a preto e branco, mas Tiago Guedes disse que a partir de certa altura do processo do filme foi impossível pensar na história noutros tons.
"Queríamos criar uma certa homogeneidade entre todos os personagens e todo o tom do filme. O preto e branco ajuda também na crueza que queríamos impor ao próprio ritmo e ao tom do filme", disse.
"E depois houve uma necessidade muito grande de, ao estarmos a falar de um realismo que nos invade constantemente pelas televisões e que nos é muito próximo, mostrar desde o primeiro momento que isto é um filme... houve necessidade de mostrar que era cinema desde o primeiro 'frame'", reforçou.
"Entre os dedos", título escolhido por Rodrigo Guedes de Carvalho, irmão de Tiago Guedes, é afinal sobre "aquilo que nos escapa, que nos foge e não conseguimos segurar", disse o realizador.
Depois do filme de terror "Coisa Ruim" (2006), os dois realizadores mudaram radicalmente de registo e fizeram "Entre os dedos", filmado a preto e branco, e com o argumento novamente entregue ao jornalista e escritor Rodrigo Guedes de Carvalho.
"Entre os dedos" conta a história de uma família portuguesa, com Filipe Duarte e Isabel nos principais papéis, que vê os laços familiares e afectivos quebrarem-se por causa de uma agonia financeira.
Há ainda um pai (Luís Filipe Rocha), agarrado ao passado militar no Ultramar, e uma irmã (Lavínia Moreira), elo familiar e âncora de um doente terminal (Gonçalo Waddington).
"O que nós quisemos explorar no filme foi sempre a incomunicabilidade das pessoas e a maneira como, na luta diária pela sobrevivência, temos cada vez menos tempo de conseguimos parar para pensar e comunicar uns com os outros", afirmou o realizador Tiago Guedes em entrevista à agência Lusa.
O projecto de "Entre os dedos" nasceu pouco depois da estreia de "Coisa Ruim", com os dois realizadores a desafiarem Rodrigo Guedes de Carvalho a fazer um argumento cuja permissa principal seria o trabalho de actores.
"Queríamos fazer um filme de actores com cenas fortes e o nosso propósito era fazer uma experimentação grande do ponto de vista do processo", sublinhou o realizador.
"Entre os dedos" é um filme a preto e branco, tem cambiantes de um registo documental, mas com algum pudor emocional em relação aos actores.
"Nós fomos para a rodagem com o propósito de dar uma liberdade total aos actores, ou seja, não lhes foi pedida uma repetição, não lhes foi pedido para estarem da forma que nós quiséssemos. Fomos nós que nos adaptámos ao que os actores emocionalmente levavam para a cena", recordou Tiago Guedes.
Do elenco destacam-se ainda as interpretações de Fernanda Lapa, Paula Sá Nogueira, João Pedro Vaz e Eunice Muñoz.
O local onde a história se passa não é explícito, mas percebe-se que a realidade, descolorida e deprimente, "é nitidamente portuguesa e do Portugal de hoje".
O filme não nasceu a preto e branco, mas Tiago Guedes disse que a partir de certa altura do processo do filme foi impossível pensar na história noutros tons.
"Queríamos criar uma certa homogeneidade entre todos os personagens e todo o tom do filme. O preto e branco ajuda também na crueza que queríamos impor ao próprio ritmo e ao tom do filme", disse.
"E depois houve uma necessidade muito grande de, ao estarmos a falar de um realismo que nos invade constantemente pelas televisões e que nos é muito próximo, mostrar desde o primeiro momento que isto é um filme... houve necessidade de mostrar que era cinema desde o primeiro 'frame'", reforçou.
"Entre os dedos", título escolhido por Rodrigo Guedes de Carvalho, irmão de Tiago Guedes, é afinal sobre "aquilo que nos escapa, que nos foge e não conseguimos segurar", disse o realizador.
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