segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo


Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo abriu, na noite desta sexta-feira (25/09), a Première Brasil, seleção do Festival do Rio destinada aos filmes nacionais. Quando subiram os créditos, a plateia que encheu o Cine Odeon – na sua maioria, convidados – aplaudiu fervorosamente o filme.Um longa que demorou cerca de dez anos entre a gestação e a primeira exibição, que ocorreu no Festival de Veneza, na programação da mostra Horizonte. Um filme que ainda parece estar em aberto e que pode se desdobrar em obras futuras.Marcelo Gomes marcou com uma história sobre a amizade no sertão, Cinema, Aspirinas e Urubus. Já Karim Aïnouz, o codiretor, falou sobre a perda e o amor (também no sertão) em O Céu de Suely. Juntos, desta vez abordam o movimento, do urbano ao interior.Um personagem fictício, o geólogo José Renato (voz de Irandhir Santos) sai de algum lugar em direção ao interior do Brasil para estudar a viabilidade de um canal que, supostamente, traria progresso. Ao longo do caminho, um mundo é descoberto pelo personagem e narrador. Sempre na via sentimental, relacionando-se com suas experiências e com o que ele deixou para trás ao embarcar na viagem.Muito do que está na tela vem do campo dos sonhos, da imaginação e do sensorial. Do emocional e não do racional. Antes de ser um documentário sobre a vida de brasileiros em rincões, Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo é sobre como José Renato (que mais se parece alterego de Gomes e Aïnouz) se relaciona com esse mundo.É um filme que fala sobre movimento, não apenas de seu protagonista, mas também de seus realizadores. O mais instigante é imaginar o que virá dos diretores após um filme que está em aberto.

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