
Entre os bons filmes de ficção, sim, temos “Matrix”, que arrebatou público e crítica, que surpreendeu, encantou, mas que também se perdeu em suas continuações.Então chega Nolan, com uma história, que podemos até dizer que usa referências de Matrix, quando se fala em uma realidade paralela e a forma como é coloda, mas não, não vá esperando a mesma colocação, realização, afirmação, não vá esperando um outro “Matrix“.
“A Origem” consegue ser superior em vários pontos. Por mais ficção, por mais “viagem” que sejá o roteiro de Nolan, ele nos permite essa viagem por pura e simplesmente se utilizar de um espaço onde tudo pode. Os nossos sonhos. Neles, podemos voar, matar, morrer, e até criar cidades inteiras, e mesmo estar ao lado de pessoas que já se foram. Nos sonhos, como já afirmei, tudo pode. E é aí que Nolan acerta em cheio.
A historia, é complicada, pelo menos inicialmente. Não há como negar. Mas o roteiro de Nolan é também um clássico. Sabe aquela historia do “grande assalto”, que parece que já vimos em algum lugar? Pois é, é um pouco assim também. Mas então o roteiro nos prêmia com uma novata, a Adiadne, vivida por Ellen Page, que não conhece a estrutura e aprende, junto com o espectador, tudo que que acontece na “viagem” do roteirista.
O diretor, Christopher Nolan, rege o filme com maestria. Realmente, sua filmografia (Amnésia, Batman – Beggins, Batman-O Cavaleiro das Trevas ) tem provado que já pode ser colocado como um dos maiores diretores de sua geração. Ainda mais quando falamos, de um diretor essencialmente Hollywoodiano, podemos afirmar que sim, pode existir vida inteligente nos “blockbusters”.
Assim foi falado quando vimos Batman, tanto o Beggins quando o Cavaleiro das Trevas, e o mesmo repetimos agora. Nolan consegue agradar o público médio, e sim, o que espera um cinema acima da média.
Todos grandes efeitos visuais de seu filme de nada seviriam sem o roteiro bem amarrado, sem as interpretações grandiosas de seus atores. Outro ponto forte em seus filmes, é a direção de atores. Leonardo Di Caprio está aqui em um de seus melhores papeis, Marion Cotillard aparece menos do que gostariamos, mas sempre rouba a cena pra ela em suas aparições, temos ainda Ellen Page e Joseph Gordon Levitt com interpretações inesquecíveis. E mais um presente, Michael Caine, que mesmo com um pequeno personagem, mais uma vez, nos presenteia com sua presença forte e em um personagem pequeno, mas de grande importancia no filme.
Realmente, o elenco é um dos pontos mais fortes do filme. E é aí a grande sacada de Nolan, ao se preocupar essencialmente no roteiro, mesmo em um filme para o grande público. E ainda, com um elenco bem trabalhado, bem afinado, é meio caminho andado para filme de sucesso.
Porém as qualidades do filme não param por aí. Roteiro, como já foi citado, e os efeitos visuais que impressionam. São, apesar como em um sonho, são trabalhados para realmente acreditarmos neles. Parece que realmente vemos uma grande cidade se acabando com o vento, ou um trem passando no meio da cidade, ou qualquer coisa que o diretor nos coloca. Ele convence.
Então chegamos a mais um ponto, que aqui, foi fundamental para o clima do filme. Ou porque não falar de climax, que dura um terço do filme. O rítmo do filme, já alucinante, durante o ”grande golpe” é elevado ao quadrado. E a música de Hans Zimmer casado com as imagens de Nolan deixam nosso coração apertado, acelerado, enfim, nos deixam extasiados. Mais uma grande trilha sonora desse que é um Alemão, que hoje radicado nos EUA, é um dos melhores e mais solicitados compositores de Hollywood.
E mais uma vez, temos aqui, em “A Origem”, um cinema, por mais blockbuster que seja, é um cinema de autor. Nolan é além de roteirista e diretor, produtor de seu filme. O que lhe dá total comando em sua obra. Citando então o grande crítico Luiz Carlos Mertem eu comemoro com ele “E viva o cinemão de autor”
“A Origem” é um desses filmes, que assistimos e levamos pra casa. Pensamos, conversamos sobre ele, e ele passa semanas nos fazendo companhia. É um desses filmes que nos deixa extasiados no cinema, que dá vontade de rever, e logo, ainda no cinema. Pois o bom cinema é assim. E a experiência de um bom filme, em uma boa sala de cinema é insubistituível.
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